11/12/2009

"Um bebê a caminho. O que fazer?" - Como se sentem

Como as mulheres se sentem?

Radiantes e apavoradas. Experimentam um amor incontrolável e um medo exagerado diante do novo. É comum também pensar sempre que vai acontecer o pior, o que as leva a superproteger seu bebê - a mãe leoa! As mulheres ficam à mercê de suas emoções, e isso é hormonal, biológico.
Foram costumadas a ver imagens suaves da maternidade. Não associam o ser mãe com fraldas sujas, noites em claro, cabelos embaraçados, roupa folgada e manchada de vômito e uma eterna expressão exausta no rosto.
Preocupações sobre as alterações que o corpo sofreu, a culpa que sentem quando precisam voltar ao trabalho, as dúvidas sobre o que é melhor para a família e se está fazendo tudo "direito" parecem ser eternas. Certamente sabem que não responsáveis por precisar adaptar a rotina familiar quando vence sua licença maternidade, mas a culpa gerada é muito mais pelo desejo de permanecer com a criança, pois tem consciência de que seu salário contribui para a manutenção familiar, assim como ter seu lugar profissional é uma necessidade que está construindo desde cedo, uma vez que suas funções de mãe não serão desempenhadas com a mesma dedicação diária quando estes filhos crescerem e, gradualmente, alçarem voo e abrir-se um vazio no seu ninho familiar. As relações sociais também devem ser consideradas, pois além de sermos seres gregários por natureza, é no contato com os outros que nos construímos indivíduos.

Como se sentem em relação aos seus maridos?

Seus companheiros parecem mais afastados da trabalheira que dá ter um filho, e podem se decepcionar se eles não demonstrarem as mesmas preocupações, assim como se frustram quando eles não participam igualmente das tarefas de cuidar do bebê. Pela história e cultura, a maioria deles não faz nem uma coisa nem outra.
As mulheres se perguntam se eles não percebem que houve um aumento radical das tarefas, e tudo que desejam é mais ajuda e compreensão. De novo a importância de comunicar, negociar tempo e estabelecer quais tarefas caberão a cada um. Esse manejo acontece numa boa conversa, sem acusações ou cobranças. Criticar abre abismos nos diálogos, por isso a boa articulação não basta, precisando estar de mãos dadas com a boa vontade, o desejo de resolver as dificuldades,. Assim como é importante acatar o que o outro tem a dizer, muitas vezes causando surpresa saber o quanto nossos comportamentos contribuem para o comportamento do outro. É claro que isso vale para ambos.

Como os homens se sentem?

Assim como suas mulheres, eles também têm um amor enorme e um medo terrível. Se sentem pressionados e exaustos, e se perguntam se sua vida e sua esposa algum dia voltarão ao normal.
Culturalmente, cabe ao pai o papel de provedor, de responsável pelo bem-estar e estabilidade da família. Se não der conta, ainda que tenha ajuda da renda da esposa, sente-se fracassado. Isto faz com desvie sua atenção para o trabalho. Enquanto as mulheres se preocupam com a alimentação do bebê, os homens põe a comida na mesa. Essa preocupação pode comprometer sua capacidade de ver aquilo que poderia fazer para colaborar com as tarefas domésticas. Mas ser um bom pai, oferecer dentro de suas condições um bom padrão de vida para sua família é uma sensação muito boa.
Os homens sentem um amor avassalador pelos seus filhos e ficam sem palavras diante do encanto que é esse novo papel de pai, mas não é o furacão de emoções que as mulheres experimentam. Criam laços fortes com seus filhos, mas num outro ritmo e de maneira diferente. E sentem medo. Se algo lhes acontecer, quem cuidará dessa família?

Como se sentem em relação as suas esposas?

Admiram a dedicação, a devoção, a capacidade de abandono ao seu bebê. Percebe que desenvolve os cuidados com maestria, e raramente pede ajuda, é habilidosa e abnegada. Mas não entende que ela não seja capaz de conversar sobre nada que não seja o filho, ou que faça pedidos absurdos, como acordá-lo para trocar fraldas se ela própria já está acordada, amamentando. E também reclama que se não faz o que ela pediu, fica furiosa. Sente-se quase um empregado mandado o tempo todo. Na maioria das vezes se sente um assistente, relegado ao segundo plano - afinal, nunca vai fazer uma troca de fraldas igual a ela. A ele está destinado o papel de carregador da sacola, carrinho e todos os apetrechos infantis, enquanto a mãe carrega o filho e tece mil recomendações ao mesmo tempo que solicita que volte à cozinha para apanhar o que esqueceu sobre a mesa, entre outros pedidos que saem em cordão - para não esquecer de nada. Enquanto, resignado, ele atende sua mulher, o que será que passa por sua cabeça??
Uma boa solução para ambos é procurar lembrar que a fase recém-nascido é difícil mesmo, implica em muitas e significativas mudanças. enquanto se está no olho do furacão, parece que nunca vai acabar, mas só dura os primeiros meses e depois as coisas realmente melhoram.

Lembrar de algumas coisas importantes:
  • não é hora de discutir a relação - a maioria das discussões tem origem nos hormônios, na falta de sono e o choque das mudanças com a chegada do bebê.
  • se darem um tempo de trégua - antecipadamente desculpar-se pelas faltas que vai cometer e pelas bobagens que um dirá ao outro, pois sabem que tudo voltará ao normal em torno de três meses.
  • procurar manter o bom humor mesmo diante do caos.
  • pedir ajuda ao seu par, aos familiares, aos amigos chegados. Isso ajuda a não sobrecarregar o casal.

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