12/03/2009

EM BREVE LANÇAMENTO DO JOGO



Em parceria, as Psicólogas Vera Miranda e Thays Araujo desenvolveram um novo jeito de trabalhar com sentimentos.
Aguardem divulgação de lançamento!



ENTENDENDO NOSSAS PERDAS



Parecemos ter poucas defesas em momentos de grandes conflitos, perdendo-nos de nosso centro que nos ancora na vida, pois muitas vezes nos falta manejo, paciência, tranqüilidade para encontrar resoluções. E nas situações de perda é comum que os sentimentos flutuem, propiciando confusão de percepção e emoções ampliadas.

Nossa vida se constrói e desenvolve em ciclos, que chamamos vitais. É como se dividíssemos nossas vivências, compreendidas em fases, ciclos, um tempo subseqüente ao anterior que irá permanecer até a etapa seguinte.

As perdas podem ocorrer – e acontecem - em qualquer dessas fases. Podemos perder entes queridos a qualquer tempo. E por perdas, devemos entender todas além das que implicam na morte de alguém que amamos. Perdemos a infância, a adolescência, a juventude, os sonhos, o ideais, os amores, a saúde, empregos, amizades. E por fim, a própria vida. Estejamos em qualquer idade, perder é doloroso, por isso mesmo lutamos tanto contra as perdas. Lutamos contra o que elas produzem em nós, os sentimentos que nos invadem, que assolam e assombram.

As perdas são inevitáveis e podem deixar marcas profundas, mágoas imensas, dores indizíveis. Porém, algumas são necessárias. Por mais paradoxal que possa parecer, fazem parte do processo de crescimento, servem como pontes para cruzar mundos e simbolizam portas que se fecham para que novas se abram.

O fim de um ciclo representa o acenar de algo novo, e nem sempre estamos preparados para mudanças, principalmente as radicais, que envolvem a ruptura de situações muitas vezes confortáveis, embora danosas ou que nos infelicitam e prejudicam nosso crescimento pessoal. Mudança sugere um recomeçar. É partir de algo desconhecido que assusta, podendo gerar ansiedade quanto ao que pode surgir no novo caminho. Talvez por isso nossa defesa seja adiar a vida, ponderando o imponderável.

Já na primeira infância vivemos a principal das perdas: a ruptura da simbiose existente com nossas mães. Estudos comprovam que a forma como se dão essas perdas na primeira infância nos tornam mais sensíveis às perdas que sofreremos ao longo da vida, dependendo em grande parte de como se processou esse desligamento simbiótico. Se houver porosidade, ou seja, traumas nesse processo, tendemos a repetir nas nossas relações a insegurança, a ansiedade e a dor da separação; surgindo a desesperança e o desamparo diante da inevitabilidade das perdas. As perdas prematuras na primeira infância podem determinar a forma como enfrentamos, na vida adulta, as perdas necessárias. Embora possamos não ter essa lembrança, está registrada em nós essa transição, o impacto da separação mãe-filho.

No decorrer de nossas vidas, em algum ponto do caminho muitas circunstâncias nos levam a abandonar o que amamos assim como somos abandonados, mudar caminhos, reavaliar conceitos, rever e atualizar intenções. A perda é uma espécie de ônus para vivermos. O mais difícil talvez seja compreendermos e aceitarmos que grande parte do nosso crescimento e dos nossos ganhos resida justamente nas perdas que sofremos. Desde o nascimento até a morte, vezes sem conta podemos passar pela dor das renúncias; incluindo uma parte do que amamos, mas em que o desapego é necessário como parte de nosso crescimento. Só desta forma desenvolveremos a capacidade de adaptação para cada novo estágio da vida.

Ao nos ajustarmos à realidade das perdas, capazes de compreendê-las, aos poucos é possível perceber que as expectativas de perfeição não transformam, por si só, as relações familiares, afetivas e de amizade, em perfeitas. Isso nos leva a pensar que, embora tenhamos a tendência a repetir e continuar com os padrões adquiridos na infância, temos sim a possibilidade de alterar o curso de nossas vidas quando estivermos receptivos às mudanças.

Sob o olhar atento às nossas vivências somos capazes de observar que detemos em nossas mãos as infinitas possibilidades de promover mudanças pessoais, estendendo-as para nossas vidas Nesse aspecto, Clarice Lispector foi brilhante ao afirmar: “a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não vale a pena!!!”, em seu texto “Mudança”.

Para concluir, faço um recorte de um texto de Paulo Coelho que ilustra o tema abordado:

“Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...

Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.

Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram. (...)”



10/03/2009

O ESTRESSE E SUAS IMPLICAÇÕES NA CONTEMPORANEIDADE

Inúmeros estudos comprovam que o estresse altera o estado emocional do indivíduo, podendo disparar no organismo físico sintomas e doenças, além de aumentar a ansiedade que desorganiza o equilíbrio como um todo, do corpo e da mente. Na atualidade, as pressões diárias agridem o jeito de ser das pessoas, em resposta às demandas da vida agitada, sem tempo para o lazer, para o convívio saudável em família e momentos destinados ao descanso e lazer. Muitas vezes a busca da melhoria financeira faz com se volte tanto para o trabalho, para as infinitas obrigações do dia-a-dia, o corre-corre, que nem se percebe que esse acúmulo acaba engolindo o prazer de uma caminhada, de uma reunião com amigos, de uma viagem de fim de semana, projetos pessoais e sonhos tão bem guardados que ficam esquecidos.

A tensão vai ficando crônica, o bom humor substituído pela irritação, as cobranças pessoais e do meio social assumem uma proporção desmedida, e o fardo, cada vez mais pesado e difícil de carregar. Parece que se perdeu grande parte do “filtro” por onde é possível detectar que o limite está próximo, foi atingido, extrapolado. Estamos na era dos transtornos de toda natureza, como o transtorno da ansiedade, que vai ficando generalizada, causando prejuízo pessoal, relacional com a família e em sociedade como um todo. E quanto maior a exposição ao agente estressor, mais freqüente e intensa a sintomatologia tende a aparecer.

O corpo é a maneira, muitas vezes, de fazer soar o alerta de que o ritmo pode estar muito acelerado na resolução e cumprimento das tarefas diárias, a atenção voltada para o “fazer” em detrimento do “ser”, que é onde o indivíduo encontra-se com sua essência, seus gostos, prazeres, desejos, sonhos, ideais. Estes fatores ficando em segundo plano, somados ao efeito estressante da rotina diária, roubam a alegria de viver, interferem na qualidade do sono, tiram a energia, podendo gerar os desconfortos emocionais que vão minando a saúde física.

E nada pode ser feito para equilibrar o estresse natural de nossos dias com a saúde física e psíquica? Para sorte nossa, pode sim. Existe a medicina preventiva que cuida do físico, assim como o emocional pode e deve ser cuidado, pois ambos integram o indivíduo no seu todo. Existem inúmeras possibilidades de prevenção da saúde global, contando com técnicas relaxantes, planos alimentares, práticas de esportes, tratamentos terapêuticos holísticos e o apoio de psicoterapias, quando a pessoa passará a conhecer melhor seu funcionamento pessoal, desenvolver defesas individuais de enfrentamento ao estresse diário, melhorando, e muito, sua qualidade de vida ao modificar seus hábitos, pensamentos e ações.