15/07/2009

ÀS VOLTAS COM NOSSAS EMOÇÕES

A percepção acerca da instabilidade das nossas emoções acaba por gerar intimamente sensações desagradáveis, remetem a sentimentos de tristeza, melancolia, geralmente trazendo a reboque indagações interiores cujas respostas não surgem com clareza suficiente, aumentando a angústia da incompreensão do emaranhado de emoções, embora muitas vezes sequer tenham origem definida. Já disseram que a emoção é “um coquetel de sentimentos”, porém, essa mistura não vem dosada somente para agradar, podendo travestir-se de veneno que precisa de antídoto para reverter seu mal. Intoxicar-nos desse “drinque” é consumirmo-nos nessas emoções, perdendo-nos de nosso caminho, conduzidos pelo frágil comando daquele momento indefinido, mas poderoso para desviar-nos ou nos afastar dos sentimentos opostos.

A nossa força interna desmistifica o poder aleatório que conferimos a esse conjunto de emoções danosas. Somos infinitamente superiores em força para reverter esse processo íntimo, subordinados a impermanência normal das experiências da vida, incluindo o mundo das sensações, das emoções e sentimentos que se refazem, mudam e se alteram sem roteiro estabelecido ou script que os coordene. Transitamos o tempo todo por esses estados de instabilidade emocional, restaurando sentimentos e valores. Aprendemos a crescer - a soltar, deixar ir e a reter – trocamos as lentes de ver o mundo e mudamos o panorama, convivemos com essas sensações de incompletude, de inconstância, de perda, de ganho, de achado e perdido. A polaridade dessas emoções resgata em nós a resiliência (lembram dela?) que construímos para defender nossa estrutura psíquica, de espírito e corporal.

O coquetel pode causar leve tonteira, mas encontramos a porta de saída. O gosto pode ser forte, até amargo, porém, temos o gosto doce da esperança que habita em nós, além da capacidade ímpar de revolucionar tudo e construir novos castelos sobre os escombros. A estabilidade emocional requer instrumentar-se para enfrentar as dificuldades, porém, este é um processo infinito, onde não cabe a deliberação de uma solução redentora que extermine a névoa que envolve as nossas inesperadas – e inconstantes -emoções.

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