05/06/2009

QUERO MUDAR!

Somos capazes de sentir um intenso desejo, necessidade preeminente de mudanças, e, cheios de incertezas, procuramos meios que permitam esse processo. Sim, é um processo, e acontece recheado de tentativas, medos, decepções e quase desistências antes que se efetive. Demanda tempo e esforço. Empenho que descarta o outro e suas ações, porque é um processo individual, que se define pela trajetória do desejo interno. Pode ser estimulado pelas necessidades decorrentes das nossas relações com o mundo, mas tem que partir de si o desejo. E não ganha corpo se ficar dependente das atitudes dos outros, muito embora sejamos seres em permanente relação, pois elas sofrem alterações na medida em que novos comportamentos surgem no cenário relacional. Mudamos todos, o tempo todo e sem aviso prévio.

Ocorre, no entanto, durante o processo de buscar mudanças, algumas dependências da validação das pessoas que nos cercam, suas aprovações – ou reprovações – que podem interferir na determinação de quebrar velhos conceitos, mudar regras enraizadas há anos, modificar a visão de mundo mediante novas exigências das diferentes fases da vida, fechando ciclos e provocando mudanças de sustentação a essa fase inaugural que pretende conseguir novas maneiras de encarar a vida, seus supostos problemas e possíveis soluções.

A rigidez de comportamento costuma ser o principal empecilho nessa caminhada rumo ao novo, portanto, identificá-la e flexibilizar é a alternativa primeira que abre passagem para a viabilidade de nossas intenções, sustentadas pelo desejo profundo, que alimenta a coragem de mudar padrões tão velhos quanto nossas perspectivas. Vencer o medo da iniciativa, daquela escolha que faz palpitar a expectativa de estar tentando, mesmo que pareça frustrada a ação porque não ganhamos o apoio esperado ou tão importante para dar continuidade ao processo. Talvez o outro esteja tão preso aos seus valores que não ceda espaço para a importância que teria responder em apoio o mínimo gesto - mínimo? para quem? – e talvez não o valorize porque nem o perceba. Sem intenção, não oferece conforto nem demonstra apoio.

É certo então que se ficarmos reféns do impacto das atitudes que observamos em relação às nossas tentativas, não avançaremos na direção da mudança almejada. Convém não perder de vista que o importante no início não é o aplauso do outro pelas nossas tímidas tentativas – podem ser grandiosas para nós (e devem sê-las) - mas o efeito bom que sentimos e, se atentos, percebemos nas nossas sensações, aquelas que acontecem silenciosas em nosso mais intimo contato interno e servem de termômetro e bússola que indicam que estamos no caminho, ainda que a passos curtos, mas do tamanho de nossas possibilidades naquele momento. Respeitar o próprio ritmo, entender que o potencial existe e mudar depende da gente e não do outro, e que haverão dificuldades a serem vencidas com permanência e suficiente resiliência (capacidade de superação), é dar-se permissão para errar e corrigir a rota; é maturidade e entendimento. É valoração pessoal, a única que realmente importa.

Os meios de alcançar nosso objetivo podem sofrer alterações ao longo do processo – certamente inventamos novas alternativas quando falham aquelas que pensávamos ser as melhores - mas manter a capacidade de avançar apesar de não obter ganhos imediatos, é alicerçar o futuro que trará os efeitos desejados, as mudanças pretendidas e buscadas apesar dos descaminhos.

Consideremos nesta reflexão a sabedoria de Saint Germain que serve de grande estímulo para quem deseja atingir o ideal de mudanças: “Ninguém fracassa enquanto não se rende.”

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