03/05/2009

RELACIONAMENTO AMOROSO NA CONTEMPORANEIDADE.

Compreende-se afetividade pela presença de sentimentos que estabelecem as relações, sejam de natureza amorosa, familiar ou de amizade.

Em se tratando de relacionamento amoroso, a busca costuma se dar pelo parceiro que, acima de tudo, tenha pelo outro um sentimento de amor que supere todas as dificuldades e diferenças. Muitos crêem ser esta a fórmula da relação ideal e feliz. Quando se reduz ao amor a base sustentável de uma relação, se deixa de avaliar questões de uma magnitude considerável que poderá, ou não, dar a sustentação de que se necessita no convívio diário, nas adaptações e papel de cada um e suas atribuições dentro do relacionamento.

É claro que o sentimento tem sua importância devida, mas o amor parece não ser a tônica que mantém os casais juntos e felizes. Só amar não basta. Para que construa uma vida satisfatória, o casal deve ter a clareza de que está unindo dois sistemas distintos para formar o sistema conjugal, ou seja, ambos têm suas histórias pessoais de vida, suas crenças estabelecidas pelos modelos familiares que possuem, e, invariavelmente, são diferentes.

A comunicação é de suma importância para aparar as arestas, acomodar as diferenças, estabelecer entre as partes as funções esperadas de cada um, dentro de seus papéis na relação. Na atualidade não cabe mais a separação das atribuições entre masculino e feminino, ocorrendo um ajuste dentro da disponibilidade de cada um, como forma de evitar sobrecarga ou desigualdade. Homens e mulheres trabalham e complementam as despesas da família, pais dividem-se nas tarefas com os filhos, ambos produzindo o bem-estar familiar.

Estas descrições conferem ao relacionamento contemporâneo o ideal, porém, permanecem os problemas de relacionamento, e infelizmente, parece que poucos casais identificam onde estão acontecendo as falhas, persistindo a falta de habilidade em lidar com as dificuldades que encontram, havendo outros que sequer se dão conta de que há disfuncionalidade no relacionamento. Este quadro se ilustra pelo número assustador de separações, embora o amor continue unindo casais em matrimônio.

As pessoas tendem a gerar expectativas acerca do parceiro e da relação, e estas podem ser positivas se mobilizam o casal na busca dos desejos, numa construção efetiva de seus projetos de vida em comum. Quanto à idealização acerca do outro e do que espera da relação, a não correspondência gera frustrações, e a insatisfação pode contribuir para minar lentamente as possibilidades de acertos saudáveis no relacionamento. Os relatos de clientes que sofrem as dificuldades nos seus relacionamentos é comum nos consultórios, configurando um novo posicionamento ao buscar desenvolver habilidades para enfrentar os problemas, compreendendo que é um processo que vai retirar a poeira de baixo do tapete para á luz dos fatos a serem resolvidos com boa vontade, comprometimento e amor.

A procura pela psicoterapia de casais se dá, portanto, pela necessidade e desejo que o casal descobre ter em solucionar seus conflitos, na medida em que se conscientizam de que sozinhos não estão conseguindo contornar seus problemas. O casal pode se beneficiar deste auxílio como forma de equilibrar a relação conjugal entre o que foi idealizado e o que têm de realidade, fortalecendo seu vínculo ao consolidar suas escolhas anteriores, reafirmando seu propósito de uma vida feliz. Mas com atitude, porque intenção não basta!


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